A beleza, o instigante, a leveza, a densidade, a alegria e o que parece grave. O que é vivo e o que é latente, o que pode ser a natureza da vida e da morte. As imagens presentes, vem a revolver este conceito como princípio modelador de expressão e conceito. A beleza parece ser a inequívoca chave que facilita ao olhar, um passeio inebriante, seja qual for o aporte temático. Mas não procura discernimentos sobre o mundo real, apenas pretextos para abrir a poética visual que dialoga a partir da fotografia, com outros territórios da arte, como a pintura e a escultura. São trabalhos que exploram os volumes e os intimismos das texturas, com a delicadeza de uma aquarela, aos relevos de uma escultura; exploram o tempo pelo silêncio, e o espaço por suas formas, sombras, luz e grafismos. Nestas imagens, há uma construção paciente, uma articulação que delibera sobre um interesse tecido, que se serve de objetos do seu universo, e escolhe aquilo que vai servir ao lugar tema, ao conceito que deseja afirmar, ou o espaço simbólico que lhe interessa. Resta a ação de olhar, e buscar estes referentes não inteiramente confessados, mas alusivos, mesmo que contradito, no cerne da arte, ou do que representa o significado de ser mulher. Temos então, um conjunto de trabalhos complexos, cobertos por véus de beleza, intensidade expressiva e deliberações conceituais. De resto, é buscar o que pode ser encontrado por cada um.